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Inspiração e dedicação: conheça as mulheres que estão à frente de órgãos importantes em Dom Pedrito

Promotora de justiça e Juíza de direito falam sobre a importância da representatividade e do exemplo para outras mulheres

Por muitos anos, o papel da mulher na sociedade se resumia a cuidar do lar e dos filhos enquanto o marido trazia para casa o sustento da família. Com os avanços sociais, os papeis mudaram e expandiram, fazendo com que o público feminino tenha o poder de decisão sobre ser uma dona de casa ou construir uma carreira.

Em Dom Pedrito, atualmente, contamos com mulheres talentosas e competentes a frente de órgãos essenciais para o funcionamento da sociedade: duas juízas, uma promotora de justiça e uma delegada de polícia.

Sobre os desafios e conquistas de novos espaços, conversamos com as doutoras Priscilla Ramineli (promotora do Ministério Público) e Rosangela Vieira da Silva (juíza de direito).

Para alcançar um posto dessa magnitude é preciso empenho e muito estudo por parte dos candidatos, visto que a concorrência é ampla e as chances reduzidas. Mas o desafio foi um incentivo para essas duas mulheres que atuaram com muita competência na Capital da Paz.

A Dra. Rosangela falou sobre o orgulho e satisfação por ocupar o posto: “… sinto-me muito feliz, pois, sei que sirvo de inspiração para outras mulheres que também sonham com a Magistratura”.

Já a promotora Priscilla trouxe um exemplo para traduzir o seu sentimento em ocupar esse espaço: “No Ministério Público do RS, há algumas décadas, já houve quem dissesse, dentro da instituição, que ser mulher casada era incompatível com o cargo de Promotora de Justiça. Esse panorama mudou, mas, como já dito, ainda há muitas posições, em especial da administração superior, que são majoritariamente masculinas. De toda forma, me sinto muito honrada em ser Promotora de Justiça e trabalhar nas mais variadas áreas do direito, inclusive naquelas que são mais tipicamente “masculinas” (criminal e improbidade administrativa)”.

INSPIRAÇÃO

Conquistar vitórias tão significativas também gera bons frutos: as duas mulheres agora espelham em jovens o exemplo e a fonte de inspiração para que outras meninas possam, um dia, alcançar esses objetivos. A doutora Priscilla explica essa posição de prestígio: “Passei desde muito nova por cargos relevantes, em que homens são maioria. Acho que minhas conquistas podem inspirar outras meninas a estudarem e chegarem onde quiserem, em especial em um cargo público de autoridade”, ressalta a promotora.

Já para a juíza que esteve em Dom Pedrito nos últimos meses e que agora irá assumir um novo desafio em Restinga Seca, o orgulho é ainda maior: “Eu me vejo como exemplo de muita luta e perseverança para conquistar o cargo que muito almejei. Sou a primeira magistrada da família. Minha mãe era costureira e o meu pai vigilante. Venho de família simples e de poucos recursos. Com muito esforço, disciplina e dedicação, alcancei tão importante cargo. Quando se tem um sonho, não importa o quão distante parece estar, basta nunca desistir que a vitória é certa”.

EXEMPLO QUE MULTIPLICA

Durante alguns meses, Dom Pedrito contou com quatro mulheres em cargos de extrema importância na sociedade: a dra. Rosangela, como juíza de direito, a dra. Priscilla, como promotora de justiça, a delegada de Polícia dra. Lisandra Cabrera e a juíza de direito dra. Liz Gratchen.

Sobre essas conquistas, Ramineli, que deve assumir novo posto em Sapiranga a partir de outubro, comenta que apesar da população brasileira ser majoritariamente feminina, as mulheres ainda não conseguiram atingir a equiparidade com relação a esses cargos, mas ela comemora: “Fico feliz em saber que, no momento, há tantas mulheres ocupando tais posições em Dom Pedrito. Acredito sim que seja algo importante para a comunidade: inspirar as mulheres pedritenses e trazer representatividade feminina no Ministério Público, Judiciário e Polícia, mas certamente com, no mínimo, a mesma qualidade e empenho que os homens, pois todas são aprovadas em concursos públicos dificílimos e concorridos”.

DESAFIOS

Ao serem questionadas se já enfrentaram alguma situação em que foram tratadas de maneira diferente por serem mulheres, elas discorrem sobre o assunto: “Por ser mulher e ainda razoavelmente jovem, muitas pessoas não me identificam como Promotora de Justiça, chamando de “guria”, sem vislumbrarem autoridade do cargo que ocupo. Muitas vezes não é por má-fé, mas simplesmente por imaginar que o Promotor de Justiça tradicional é um homem mais experiente”, relata a promotora.

“Nos tribunais do júri, um dos locais em que mais gosto de atuar, é comum ver advogados homens desdenhando e gritando contra vozes femininas. Já aconteceu comigo”, confessa a dra. Priscilla.

“Eu acredito que as mulheres atuam de forma muito dedicada e comprometida em tudo o que fazem. Zelam muito pelo espaço conquistado” destaca Rosangela.

Ela ainda complementa a sua fala com uma avaliação deste momento onde mulheres estão ocupando cargos importantes: “Avalio como extremamente positivo, pois, mostra que pouco a pouco as mulheres estão assumindo posições de poder que outrora, majoritariamente, eram ocupadas por homens”.

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