Erva-mate se tornará patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul

Principal insumo utilizado no preparo do chimarrão, bebida típica dos gaúchos, a erva-mate será oficializada amanhã (13), como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. A assinatura do documento ocorrerá em Porto Alegre, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, às 14h. Desde o ano de 1980, através da Lei nº7.439, a planta é considerada árvore símbolo do estado.

Originária das regiões subtropicais da América do Sul, a Ilex paraguariensis (nome científico da erva-mate), pode ser utilizada também como matéria-prima para a produção de chás e energéticos, além de estar presente na indústria dos cosméticos e de alguns produtos de limpeza.

Tradicionalmente consumida pelos povos indígenas, a erva-mate foi utilizada, durante a colonização jesuítica, como uma forma de controle e doutrinação aos povos originários. Segundo a doutora em História, Clarisse Ismério, a distribuição do produto só ocorria “depois que eles fossem para o culto da missa aos domingos”, destaca.

Clarisse ressalta ainda que foi nesse mesmo período que a bebida caiu no gosto dos europeus, que passaram a fazer algumas modificações na sua forma de consumo, substituindo em algumas regiões, por exemplo, a cuia de porongo por uma xícara de louça, ou adicionando o açúcar no mate “deixando a bebida agradável ao paladar de algumas mulheres”, explicou.

A ideia de tornar a erva-mate patrimônio cultural imaterial do RS foi apresentada no ano passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), que reuniu, no processo de instrução e indicação, mais de 700 páginas de pesquisas sobre o tema. O parecer técnico foi apreciado pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial (CTPCI).