Terrenos sujos x combate à dengue
Mais que fazer frente ao mosquito Aedes Aegypti é preciso combater a falta de conscientização da comunidade

É impressionante o número de denúncias que o jornalismo da Qwerty Portal de Notícias recebe semanalmente, dando conta de terrenos urbanos completamente tomados pelo mato, com água e lixo acumulados. Os fatores envolvidos podem ser variados, mas em uma análise ligeira todos eles passam pela falta de recursos de seus proprietários para dar a devida atenção e manutenção a esses locais, e, portanto, estes ficam abandonados. Mas também há a negligência, pura e simplesmente, uma vez que é possível encontrar esses locais em áreas bastante centrais, onde não somente a vegetação toma conta de pátios e estruturas, mas até piscinas sem tratamento são encontradas, transformando-se em criadouros de mosquitos.
Este é um lado da moeda, aquele que diz respeito ao munícipe, ao proprietário do imóvel. Mas há, não se pode esquecer, o papel do governo municipal, que é quem tem por atribuição legal fazer cumprir e executar as obras e medidas necessárias para que a vida na cidade funcione como uma engrenagem bem justa e azeitada.
Em entrevista ao programa Hora Seis, apresentado pelo jornalista Sergio Roberto Vieira, veiculado na Qwerty Portal de Notícias na terça-feira (23), o funcionário da vigilância em saúde, Guiomar Alves Vargas revelou dados preocupantes. Trabalhando sozinho desde o fim de 2020, por conta de os quatro servidores que o acompanhavam terem sido desligados em razão do término do contrato, praticamente nada foi feito de efetivo para combater o mosquito Aedes Aegypti, além de identificar os locais com focos do inseto, informação que é passada pela comunidade quando encontra o mosquito em suas residências.
O fato é que um dia depois, no caso, ontem (24), autoridades municipais se reuniram para tratar sobre as formas de enfrentamento dessa que, se não for tratada com a seriedade que merece, pode se transformar em mais uma epidemia, desta vez de Dengue, ou as outras doenças transmitidas pelo mosquito, como Zica, Chikungunya e Febre Amarela.
Ficaram estabelecidas algumas ações que serão feitas, como a coleta de água em “bocas de lobo” e a formação de uma comissão para fiscalização dos terrenos e imóveis sujos, a fim de aplicar a legislação vigente no município.
Dizemos que além dessas medidas profiláticas, é preciso se investir em ações preventivas de médio e longo prazo, como a educação ambiental para crianças e adultos, algo como uma campanha permanente que não tenha somente o papel de punir quem não cumpre a legislação municipal, mas que reconheça boas práticas e as beneficie de alguma forma, como um desconto no IPTU, por exemplo. As alternativas são muitas, e é preciso o engajamento de toda a comunidade para que o enfrentamento ao mosquito Aedes Aegypti gere bons resultados.