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Dom Pedrito – Vítima de espancamento em baile é internada no hospital com edema cerebral

Cibele Silvana Soares Alves, 39 anos, foi internada as pressas na tarde de ontem (29) na Santa Casa de Caridade de Dom Pedrito, devido a um exame apontar que a mesma teria sofrido um edema cerebral em razão do espancamento sofrido na madrugada do dia 25 em um baile – fato divulgado com exclusividade por nossa reportagem.

Na ocasião, ela teria tentado ajudar sua filha que estava apanhando de cerca de quatro seguranças. Cibele acabou levando uma paulada na cabeça com um cacetete que teria sido utilizado pelos agressores. A família contou à nossa reportagem que, desde o dia das agressões, Cibele começou a ficar com a pressão muito alta. Somente na quarta ida até o Pronto Socorro, na tarde de ontem, que o médico faz o pedido de um exame de raio x e, após, uma tomografia, que apontou o edema cerebral.

Segundo a família, o médico que está cuidando do caso informou que na próxima semana a paciente poderá ser removida para Bagé ou Santana do Livramento para consultar com um neurologista. Ela continua internada no Hospital São Luiz e seu estado de saúde é considerado estável.

Relembre o caso

Na madrugada desta sexta-feira (25), por volta das 3h30, uma família teria sido brutalmente espancada por seguranças de um baile localizado na Rua Coronel Longuinho. As vítimas, dois homens e duas mulheres, concederam entrevista a nossa reportagem na Delegacia de Polícia onde foram registrar Boletim de Ocorrência (BO).

Durante a conversa, eles relataram que uma das mulheres foi reclamar na diretoria com os proprietários do estabelecimento de que havia perdido seu celular dentro do salão. Após a reclamação, quatro seguranças, segundo os familiares, teriam se aproximado e, sem dizer nada, bateram com um cassete na cabeça de uma delas. Depois, colocaram todos os envolvidos para fora do baile, sob alegação de que os mesmos estavam causando transtornos no local.

Um dos homens disse ainda que a sua sogra continuou a ser agredida a golpes de cassetete do lado de fora; passando logo em seguida a agredirem também sua esposa e, na sequência, ele e o sogro que tentaram defender as mulheres.

Logo após a sessão de espancamento que sofreram, as vítimas foram até o Pronto Socorro (PS) para atendimento, onde foram orientados a realizar um BO por agressão.

Procuramos os proprietários do estabelecimento, e no local encontramos uma testemunha que é amiga dos donos do baile. Ela nos contou que “na verdade, a moça já foi alterada reclamar que havia desaparecido seu celular dentro do baile, e que os proprietários teriam que tomar uma providência para resolver a situação”, acrescentando que a proprietária teria dito à moça não ter como controlar este tipo de fato devido à quantidade de pessoas que frequenta o local, e que cada um tem que cuidar do que é seu.

Ainda, segundo a testemunha, “eu nunca tiro meus pertences de dentro da bolsa, quando preciso de algo vou ao banheiro e utilizo o que for necessário, e depois retorno para o salão”.

A testemunha ainda nos passou o contato dos proprietários do baile, os quais tentamos contatar diversas vezes para que pudéssemos ouvir sua versão sobre o espancamento da família, mas nossos chamados não foram atendidos.

Deixamos espaço em aberto para que os mesmos possam se manifestar sobre o fato, mas ficam aqui algumas indagações. Havia necessidade de tratar esta família com tamanha violência? Se estavam provocando tumulto, porque não acionaram a Brigada Militar para que fosse tomada uma providência mais adequada? Todos temos o direito de nos divertir e devemos também respeitar os locais onde vamos, mas acreditamos que a violência e a truculência não são o melhor caminho.

Logo após a divulgação da notícia, o proprietário do baile se manifestou

O proprietário da casa noturna Metrô, Paulo Rodrigues, entrou em contato conosco na tarde de hoje (25), após diversas ligações de nossa reportagem no inicio da manhã. Paulo disse que ficou sabendo do fato após o término baile, afirmando que não concordava com a força excessiva utilizada pelos seguranças; mas que, devido ao tumulto iniciado pela família, o que culminou com agressões a sua esposa que trabalha na portaria, não houve outra saída naquele momento a não ser responder com a mesma energia.

“Os seguranças tiveram que agir, pois a família estava tumultuando devido a possível perda de um telefone celular dentro do salão. Tudo poderia ter sido resolvido de uma forma mais tranquila se a cliente tivesse solicitado que os proprietários ou os músicos divulgassem a perda do aparelho”, acredita o proprietário.

De acordo com Rodrigues, após serem retirados de dentro do baile, os integrantes da família foram agredidos na frente do local, pois alguns arrancaram galhos de árvores para revidar as agressões sofridas; o que não foi possível devido a ação dos seguranças. “Particularmente, não concordei com a truculência dos seguranças e não posso ser penalizado pela atitude dos mesmos, embora reconhecendo que muitas vezes há necessidade da força para conter a ação das pessoas envolvidas em brigas”, declarou.

Quanto ao nosso questionamento na notícia anterior, sobre o contato com a Brigada Militar para tentar conter o tumulto, Paulo disse que, “minha esposa entrou em contato com a Brigada Militar e foi informada que as duas guarnições estavam em atendimento” – fato este comprovado pela nossa reportagem, que acompanhou simultaneamente um furto qualificado atendido pelo GOE no qual resultou a prisão de três pessoas e uma outra guarnição que estava  em atendimento em uma tentativa de arrombamento em um caixa eletrônico do Banco Itaú – impossibilitando um terceiro atendimento neste mesmo momento, motivo pelo qual fez com que Paulo fosse até o Esquadrão da BM registrar um boletim de atendimento pelo tumulto no baile.

“Vou fazer um remanejamento dos seguranças para os próximos eventos, afim de amenizar fatos como estes, pois preciso do público que lota semanalmente as dependências de nossa casa e que, indiretamente, são fundamentais para pagarem nossas contas; mas que fique claro que muitas vezes é necessário uma segurança atuante para que todos os frequentadores da casa se sintam seguros. Se não fosse isso, com certeza, já teríamos fechado as portas”, finalizou. Sendo assim, o portal cumpriu o seu papel de ouvir as duas versões dos fatos.

Setor de jornalismo: [email protected]

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