Estudo sobre coronavírus detecta variante P1 em Bagé
Agora essa linhagem está presente em 24 municípios gaúchos de diferentes regiões do Estado

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) divulgou, no dia 16 de abril, a quinta edição do estudo genômico das variantes do coronavírus que circulam no Rio Grande do Sul. A variante P.1, conhecida como variante de Manaus, que tem como característica a maior transmissibilidade do vírus, foi identificada, pela primeira vez, em Bagé. Inicialmente detectada em novembro de 2020 em Manaus, essa linhagem tem a capacidade de evadir da resposta imune de indivíduos previamente infectados pelo SARS. Desde a primeira detecção da variante P.1 no Estado, ocorrida em janeiro de 2021, essa linhagem aumentou sua proporção e, atualmente, tem sido uma das que predomina na população gaúcha.
Além de Bagé, a variante foi identificada em Alegrete, Arvorezinha, Boqueirão do Leão, Capela de Santana, Carazinho, Caxias do Sul, Ivoti, Lajeado, Pelotas, Porto Xavier, Rosário do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, São Borja, São Jerônimo,Seberi, Sertão Santana Taquara, Teutônia, Tramandaí, Três Cachoeiras e Veranópolis. Anteriormente, a linhagem P.1 havia sido identificada em Alvorada, Canela, Caseiros, Gramado, Gravataí, Imbé, Nonoai, Parobé, Porto Alegre, Torres, Triunfo e Viamão.
Ou seja, a linhagem P.1 está presente em 24 municípios gaúchos em diferentes regiões do Estado. Para o estudo, foram escolhidas as amostras para o sequenciamento baseadas na representatividade de todas as regiões geográficas do RS, nos diferentes grupos etários, incluindo pacientes internados ou não, além de considerar os atuais indicador.
A Cevs destaca que o número de linhagens, bem como a classificação das mesmas, pode variar entre as diferentes edições do boletim. Uma vez que as bases de dados e ferramentas utilizadas para determinar as linhagens de cada sequenciamento são constantemente atualizadas. A cada edição do Boletim Genômico, as análises são realizadas novamente e, assim, podem ser notadas diferenças entre as edições.
Gravidade
Conforme o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência, Ricardo Necchi, os casos de covid-19, nesses últimos dois meses, de pessoas internadas na UTI, apresentam uma gravidade muito maior do que havia no ano passado. Necchi explica que os pacientes evoluem com a resposta inflamatória sistêmica para a falência de múltiplos órgãos e vão a óbito rapidamente, independente de fator de risco, no caso a idade. “Não sei informar se todos são da variedade P1, mas o perfil dos pacientes mudou drasticamente e rapidamente. Nos últimos meses houve uma mudança significativa no quadro clínico dos pacientes”, concordou.
Fonte: Jornal Minuano