Representante de responsáveis pela barragem próxima à Afucotri fala sobre mortandade de peixes

A mortandade de centenas de peixes em uma barragem próxima à Associação dos Funcionários da Cotrijuí (Afucotri), tem repercutido na cidade e na região. São diversas espécies que foram encontradas mortas na beira da água.
Para falar sobre o assunto, procuramos um representante das pessoas proprietárias do local – que são em torno de 15 pessoas atualmente. Segundo o homem, que pediu para não ser identificado, eles foram pegos de surpresa quando viram uma publicação na internet mostrando fotos dos peixes mortos.
Ele destacou que não foi utilizado nenhum tipo de agrotóxico na lavoura de soja que circunda a barragem. Ele ainda revelou estar chateado com toda a repercussão negativa que o fato causou, pois quem publicou não quis ao menos falar com os proprietários para saber o que de fato teria acontecido. “Não descarto a hipótese de algum agrotóxico utilizado em alguma pulverização nas lavouras das propriedades vizinhas ter sido levado para a água após a grande quantidade de chuva de sexta-feira passada”, diz.
Outra questão que o entrevistado aborda, é que não tem uma pessoa que fique 24 horas cuidando a barragem, que recebe muitas pessoas diariamente, que frequentam o local para aproveitar a sombra, tomar banho, ou até mesmo pescar. Ele ainda não descarta a hipótese de que, após uma nova chuva, mais peixes acabem morrendo.
“Estamos tranquilos e de consciência limpa, pois sabemos que não fizemos nada para que ocorresse esse fato lamentável que foi a mortandade desses peixes”, finaliza o representante.
Uma notícia divulgada pelo Jornal Folha do Sul de Bagé, é que fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e policiais da Patrulha Ambiental realizaram fiscalização, segunda-feira (29), na barragem.
De acordo com o chefe de escritório regional do Ibama de Bagé, o analista ambiental Rodrigo Dutra da Silva, ao chegar ao local, confirmou-se a morte de centenas de peixes, de diversas espécies. “Após, iniciamos o procedimento de apuração da possível causa do dano ambiental”, destacou.
Segundo Silva, o proprietário da área compareceu ao local e negou qualquer aplicação de agrotóxicos. Ele, contudo, foi notificado para apresentar toda documentação relativa ao uso de pesticidas em sua lavoura de soja, que circunda a barragem.
Ainda, para analisar a possível causa da morte dos animais, foram coletadas amostras de água, de peixes (que podiam ser identificados às margens da barragem) e plantas de soja, que serão encaminhadas a um laboratório da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A meta é verificar a presença de resíduos oriundos de pesticidas.
A investigação terá continuidade. Novas diligências, porém, dependem do resultado da análise laboratorial.