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Adolescente confessa ter assassinado o pai em Santana do Livramento para ficar com bens da família

A Polícia Civil revelou nesta semana os detalhes de um crime que chocou Santana do Livramento e toda a Fronteira Oeste. Um adolescente foi apreendido após confessar o assassinato do próprio pai, executado com um tiro na nuca. Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), o crime foi planejado com antecedência e teve motivação patrimonial.

De acordo com o delegado Adriano Linhares, responsável pela investigação, o jovem aguardou o momento em que o pai se sentaria na cama, por volta das 6h da manhã, e disparou com uma espingarda. Logo depois, com a ajuda de dois adultos, ocultou o corpo e passou a usufruir dos bens da vítima em festas, viagens e ostentações.

“Foi tudo premeditado. Ele comprou a arma, planejou cada passo e até criou uma versão para enganar os vizinhos, dizendo que o pai estava preso no Uruguai. A frieza com que agiu é chocante”, destacou o delegado em coletiva de imprensa.

Motivação patrimonial

Para Linhares, o crime não deixou dúvidas quanto à motivação: roubo. “Ele queria os bens do pai. Matou, vendeu o carro, vendeu pneus, foi para festas, usou drogas, viajou. Seguiu a vida como se nada tivesse acontecido”, afirmou.

A vítima era descrita pela polícia como um homem trabalhador, que se orgulhava do filho e o preparava para assumir os negócios da família. Embora houvesse um registro de violência doméstica, o delegado descartou a versão do adolescente de que teria agido por supostas agressões. “Essa é uma desculpa sem lógica. Quem sofre violência não mata e logo depois vai para uma festa em Santa Maria”, disse.

Ocultação do cadáver

Dois homens adultos também foram presos por participação na ocultação do corpo. Segundo a investigação, eles teriam recebido pagamentos considerados irrisórios: um ganhou R$ 350 para fazer uma tatuagem e o outro, dois pneus. “Isso é a banalização da vida humana”, lamentou Linhares.

A polícia apura se ambos também tiveram envolvimento direto no planejamento do crime. Até o momento, eles permaneceram em silêncio durante os interrogatórios.

Ostentação pós-crime

Após a morte do pai, o adolescente continuou frequentando festas, fez viagens a Santa Maria e manteve uma rotina de ostentação. “Ele não apenas matou, ele comemorou a morte. Viveu como se tivesse recebido um prêmio com a vida do pai”, disse o delegado.

Investigações também analisam possíveis ligações do jovem com facções criminosas. Em algumas fotos, ele aparece com armas, mas há indícios de que possam ser de airsoft.

Perfil psicológico e andamento do caso

O delegado ressaltou ainda o perfil frio e calculista do adolescente. “É inteligente, articulado e planejou cada detalhe: o assassinato, a ocultação, a manipulação dos vizinhos, a venda dos bens. Nada foi por acaso.”

A confissão só ocorreu após insistência da polícia em sucessivos interrogatórios. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e ao Judiciário. O adolescente foi apreendido em flagrante, enquanto os dois adultos seguem presos.

“Vamos até o fim. Cada detalhe será esclarecido”, garantiu Linhares.

Fonte: Grupo aplateia.

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