Eleita nova diretoria da Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha
Nova gestão começa os trabalhos no dia 14 de junho de 2024

Os Vinhos da Campanha Gaúcha iniciam nesta semana um novo capítulo com a posse da nova
diretoria que dará continuidade no trabalho das regulamentações e normativas que constituem a
Indicação de Procedência (IP) Campanha Gaúcha. Assume como nova Presidente, Rosana
Wagner, Diretora Proprietária da Vinícola Cordilheira de Sant’Aana, de Sant’Ana do Livramento,
a qual irá comemorar seus 40 anos de experiência na gestão de unidades industriais
vitivinícolas e de produção de bebidas destiladas, a frente da Associação.
Como vice-presidente assume André Gasperin, Enólogo e Gerente de Produção da
Cooperativa Nova Aliança, também de Sant’Ana do Livramento,formado em Viticultura e
Enologia pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul em Bento Gonçalves, possui mestrado em
Biotecnologia pela Universidade de Caxias do Sul, também MBA em Gestão Empresarial pela
FGV. Presidente de Júri em diversos concursos de vinhos pelo Brasil e outros países ao longo
dos últimos anos.
Como Tesoureira, Mariana Hermann Pötter Vieira assume o cargo, Psicóloga e Diretora
administrativa da Vinícola Guatambu há 6 anos.
Gaúcha, com toda sua vida profissional dedicada ao vinho, Rosana Wagner é engenheira
química e advogada. Desde muito cedo, quando se formou na engenharia química, sempre
trabalhou com a elaboração de vinhos e destilados, tendo laborado em grandes empresas
multinacionais como National Distillers, Seagram do Brasil e Pernod Ricard, tanto em Sant´Ana
do Livramento na fronteira do Brasil com o Uruguai como também no estado do Recife. No ano
de 2000, em parceria com seu esposo Gladistão Omizzolo, fundou a Vitivinícola Cordilheira de
Sant´Ana, em Palomas, Sant´Ana do Livramento, terroir da Campanha Gaúcha. Desde então,
elabora vinhos que são reconhecidos pela excelência da qualidade, com um diferencial de
grande potencial de guarda.
A nova diretoria da Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha além da continuidade do
trabalho da Indicação de Procedência, tem na sua agenda de trabalho as pautas:
- estimular o enoturismo na Campanha Gaúcha através de divulgação das diferentes
experiências enoturísticas que as vinícolas oferecem; - fomentar o desenvolvimento técnico/científico da Região da Campanha, firmando parcerias
com as Universidades, Sebrae e demais órgãos públicos; - aumentar a comercialização dos vinhos da Campanha em todo território nacional, através de
campanhas de marketing; - divulgar a IP da Campanha, mostrando a importância e o reconhecimento da região como
excelência na produção de vinhos finos.
A IP concedida em 2020 é a maior para vinhos finos do Brasil
Protocolada em dezembro de 2017 pela Associação Vinhos da Campanha Gaúcha, a nova
Indicação Geográfica (IG) foi o resultado de mais de 5 anos de pesquisa, discussões e estudos
de um grupo interdisciplinar coordenados pela Embrapa Uva e Vinhos do Rio Grande do Sul.
Aprovada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no início de maio na
modalidade de Indicação de Procedência (IP), a designação poderá ser utilizada pelas
vinícolas da região a partir deste ano, para os vinhos finos, tranquilos e espumantes, em
garrafa.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o novo selo serve
como uma garantia de origem e qualidade para o consumidor, assegurando que o vinho por
trás daquele rótulo expressa as características de tipicidade da Campanha Gaúcha. Para tanto,
os produtores deverão obedecer a uma série de normas no cultivo das uvas dentro da área
delimitada, assim como na colheita e na vinificação. Neste processo, o caderno de
Especificações Técnicas da IP define desde as variedades de uva autorizadas, até a etapa de
degustação – quando um painel de especialistas avaliará se o vinho poderá ser engarrafado
sob a designação.
A região por trás da Indicação de Procedência
Situada entre os paralelos 29º e 32º Sul, a Campanha Gaúcha encontra-se na mesma faixa de
latitude de outras célebres regiões vitivinícolas do mundo, incluindo Argentina, África do Sul,
Nova Zelândia e Austrália. De acordo com o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Jorge
Tonietto, trata-se de uma zona ensolarada, com as temperaturas mais elevadas e o menor
volume de chuvas entre as regiões produtoras do Sul do Brasil.
Ao mesmo tempo, as parreiras – predominantemente plantadas em sistema de espaldeira –
foram estabelecidas em grandes extensões de planície com encostas de baixa declividade, o
que favorece a mecanização das colheitas, reduz os custos e potencializa a escala produtiva.
Outra característica importante é a boa drenagem dos solos, que somada aos outros fatores
propicia a ótima qualidade das uvas. A região tem grande peso na produção nacional de
vinhos: segundo a Embrapa, a Campanha Gaúcha é responsável por 31% dos vinhos finos
produzidos no país, com 1.560 hectares de área plantadas com vinhedos de vitis vinífera.
Dados da IP Campanha Gaúcha, atualizados em junho de 2024:
Até o momento, 327 vinhos avaliados foram RECOMENDADOS, somando mais de 9 milhões
de litros de vinhos.
Vinhos com selo no mercado:
- SELO COLADO: 426.685
- SELO NO RÓTULO: 9.283.917
Q&A – Principais Perguntas e Respostas sobre a IP Campanha Gaúcha
Qual o significado de uma Indicação de Procedência?
A Indicação de Procedência (IP) é uma das modalidades do sistema de Indicação Geográfica (IG),
chancelado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com base na Lei da Propriedade
Industrial brasileira e outras normativas legais. O selo atesta a origem e a qualidade dos vinhos
produzidos na Campanha Gaúcha: funciona como uma garantia para os consumidores de que aquele
vinho expressa a tipicidade dos vinhos da região, além de ser produzido dentro da área delimitada e de
acordo com uma série de normas técnicas do cultivo das vinhas até a vinificação e engarrafamento.
Quais produtores poderão receber o selo da IP Campanha Gaúcha?
Todos as vinícolas situadas dentro da área delimitada da IP Campanha Gaúcha poderão utilizar o selo,
desde que sigam todas as especificações técnicas estabelecidas, do cultivo das vinhas até o
engarrafamento.
Quais tipos de vinho poderão receber o selo da IP Campanha Gaúcha?
A IP é válida para vinhos finos tranquilos – incluindo tintos, brancos e rosés – e espumantes – produzidos
pelos métodos charmat ou tradicional. Além disso, os vinhos devem ser elaborados a partir das 36
variedades de vitis viníferas permitidas pelo regulamento, plantadas em sistema de condução em
espaldeira e respeitando os limites máximos de produtividade por hectare e os padrões de qualidade das
frutas, que seguirão para a vinificação. Finalmente, os vinhos precisam ser avaliados e aprovados
sensorialmente às cegas por uma comissão de especialistas.
Quais as variedades de uva autorizadas pela IP Campanha Gaúcha?
A selo da IP Campanha Gaúcha poderá ser utilizado nos vinhos produzidos a partir deuvas vitis vinífera
de 36 variedades: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Alvarinho, Ancelotta, Barbera, Cabernet Franc, Cabernet
Sauvignon, Chardonnay, Chenin Blanc, French Colombard, Gamay, Gewurztraminer, Grenache,
Longanesi, Malbec, Marselan, Merlot, Moscato Branco, Moscato de Hamburgo, Moscato Giallo, Petit
Verdot, Pinot Grigio, Pinot Noir, Pinotage, Riesling Itálico, Riesling Renano, Ruby Cabernet, Sangiovese,
Sauvignion Blanc, Semillon, Syrah, Tannat, Tempranillo, Touriga Nacional, Trebbiano e Viognier.
Quanto tempo levou e no que consistiu o processo de obtenção da IP Campanha
Gaúcha?
A obtenção da IP Campanha Gaúcha, em 05 de maio de 2020, é resultado de um processo de anos de
pesquisas, discussões e estudos de um grupo interdisciplinar sobre a região, coordenados pela Embrapa
Uva e Vinho do Rio Grande do Sul. A partir deste trabalho, elaborou-se um dossiê, incluindo os
elementos científicos para embasar a nova IP, que foi protocolado em dezembro de 2017 pela
Associação Vinhos da Campanha Gaúcha para ser analisado pelo Inpi. Além da Embrapa Uva e Vinho
(RS), o projeto contou com o apoio das seguintes entidades: Embrapa Clima Temperado, Embrapa
Pecuária Sul, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), EPAGRI, Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Santa Maria,
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Fundação de Apoio à
Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário Edmundo Gastal (FAPEG), Sistema Brasileiro de Tecnologia
(SIBRATEC) e Rede de Centros de Inovação em Vitivinicultura (Recivitis).
Quais os benefícios de médio e longo prazo de possuir uma IP?
De acordo com a Embrapa, um dos primeiros benefícios da obtenção de uma IP é a melhoria da
organização coletiva das vinícolas, já que a designação deve ser vinculada a uma associação regional de
produtores, que é a responsável pelo controle, proteção e promoção do selo. Ainda, a entidade chama a
atenção para o estímulo da economia local, a ampliação do reconhecimento, além do potencial de atração para o enoturismo.
Quem são as 18 vinícolas que integram a Associação Vinhos da Campanha Gaúcha?
A Associação dos Produtores dos Vinhos Finos da Campanha Gaúcha foi fundada em 2010 com o objetivo de valorizar o território produtor de vinhos da região. Atualmente suas vinícolas integrantes são: Batalha Vinhas & Vinhos, Bodega Sossego, Bueno Bellavista Estate (Bueno Wines), Cerros de Gaya, Cooperativa Agroindustrial Nova Aliança, Zampieri Fernandes, Dunamis, Estância Paraizo, Guatambu Estância do Vinho, Vinícola Almabaska, Routhier & Darricarrère, Seival Estate (Grupo Miolo), Vinhos Salton, Vinícola Almadén (Grupo Miolo), Vinícola Campos de Cima, Cordilheira de Sant’ana, Vinícola Peruzzo e Vinícola Vinhetica.
Fonte: Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha