Unipampa pode fechar as portas por falta de repasse de verba do governo federal
Alunos que dependem do dinheiro das bolsas não tem dinheiro, sequer para aluguel e alimentação

A notícia pegou as universidades federais de surpresa. O corte no repasse de verbas para a educação por parte do governo federal tem impactado diretamente a manutenção de serviços básicos uma vez que as instituições não terão dinheiro nem para pagar contas de água e energia elétrica. Quem explica é a diretora do Campus da Unipampa em Dom Pedrito, Nádia Bucco, em entrevista concedida à reportagem da Qwerty.
Recebidos no campus local, Nádia contou que tem sido difícil, para não dizer impossível, encontrar uma solução que não passe pelo envio urgente das verbas previstas e que simplesmente foram canceladas pelo atual governo. Segundo a diretora e o coordenador administrativo Marcelo Chibiaqui da Cunha, se até o dia 15 de dezembro a universidade não receber um repasse de verba, é provável que o campus tenha que fechar as portas por tempo indeterminado pela impossibilidade de pagar pelos serviços básicos, e isso inclui o contrato com a empresa que administra o RU – Restaurante Universitário, serviço de higienização e segurança, por exemplo.
Por conta disso, alunos tem se mobilizado para protestar em todos os campus, uma vez que sem o dinheiro das bolsas, despesas como aluguel e alimentação não tem como ser pagas, o que pode aumentar ainda mais a evasão.
O bloqueio anunciado pelo MEC o dia 1º é de R$ 3 milhões. Além dos R$ 2,4 milhões que já estavam bloqueados conforme nota divulgada em 29/11, o governo avançou em despesas que já haviam sido empenhadas, deixando as contas da maior universidade federal do país no negativo.
A Unipampa havia em junho já recebido um bloqueio orçamentário de 3,4 milhões que somado a esse novo bloqueio somam 6, 5 milhões de orçamento indisponível, o qual foi reduzido do orçamento aprovado no inicio de 2022.
Apesar do cenário, a professora Nádia revelou estar otimista, uma vez que o governo eleito tem uma postura de maior incentivo à educação e, mesmo que leve um tempo, essa roda deve voltar a rodar.