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QWERTY EDITORIAL – Pedritense, um ser difícil de agradar

Se não faz, reclamam, se faz, também. Neste editorial, convidamos você a fazer uma reflexão a cerca do seu comportamento como cidadão, como peça fundamental dessa engrenagem chamada Dom Pedrito

As carências em nossa cidade são muitas e históricas, é verdade. Fazemos parte de um município com quase 160 anos de emancipação. Ao longo desse período, destacamo-nos nacionalmente pela produção agropecuária, afinal, em nosso vasto território existem terras que podem ser classificadas entre as mais férteis e valiosas do Brasil inteiro. Nossas fronteiras foram forjadas, como já disse um político popular daqui, “a ponta de lança e casco de cavalo”.

No início de nossa formação, os primeiros homens e mulheres talvez não fossem aqueles de índole mais louvável, como contrabandistas, desertores e ladrões, mas ao longo do tempo que a tudo resolve e por força da evolução humana mesmo, muitos valores surgiram e fizeram de Dom Pedrito, apesar dos pesares, um lugar bom para se viver.

Talvez, não sabemos ao certo, por sermos um povo formado em sua maioria, por descendentes de espanhóis, portugueses e escravos, basicamente, nosso caráter tenha um pouco de todos eles – o ímpeto explorador e colonizador; o sentimento de rivalidade característico da herança das lutas de outrora; a revolta e a mágoa como resquícios de tempos de troncos e chibatas.

Mais tarde recebemos em nosso DNA o tempero dos alemães e italianos que migrando de outras partes do Estado, trouxeram a vocação para a agricultura e mudaram a face do município, colocando Dom Pedrito definitivamente no lugar de destaque que merece, como potência do agronegócio.

Apesar desse avanço, as décadas de avanço não se converteram em uma infraestrutura condizente com o número de anos que soma, tampouco com a riqueza que produz, mas não redigimos essas linhas na intenção de apontar o dedo a quem quer que seja. Lembre-se de que os administradores são escolhidos por nós, isto é, somos nós que através deles, conduzimos de maneira mais ou menos habilidosa a nau pedritense.

Fazemos a presente reflexão para registrar o quão difícil é para aquele que detém a chave do Palácio Ponche Verde, aliás, um dos prédios mais belos de todo o Rio Grande do Sul, agradar a população a quem representa.

Senão, vejamos:

  • Como boa parte das ruas da cidade ainda não tem pavimentação, há o tempo de reclamar porque a rua não é pavimentada, correto. Inicia-se então o processo de calçamento das referidas ruas, daí surge a reclamação porque cortaram as árvores, porque colocaram pedras e não asfalto e por aí vai;
  • Se a rua produz poeira, pede-se para aguar, se molham a rua, reclamam que tem barro;
  • Também reclamam as sujeira da cidade, mas a maioria não limpa o próprio pátio que fica acumulando entulho, ao ponto de a prefeitura precisar fazer um mutirão de limpeza, por causa do acumulo de água, o que aumenta a chance de proliferação de larvas do mosquito Aedes Aegypti , sem falar da sujeira das ruas, sujeira esta descartada pela mesma população que vai às redes sociais para se queixar do poder público;
  • Reclamam do vazamento de água, mas não tem a iniciativa de avisar a Corsan;
  • Reclamam que a rua está sem iluminação, mas não informam a Secretaria de Obras;
  • Reclamam do sinal de internet, mas se esquecem da inadimplência;
  • Reclamam do esgoto entupido, mas plantam árvores na calçada;
  • Reclamam da falta de segurança, mas não a denunciam à polícia;
  • Reclamam que Dom Pedrito “já teve”, mas não fazem nada para mudar;
  • Reclamam da política, mas votam naqueles que lhe oferecem uma cesta básica.

Portanto, não sejamos hipócritas, tampouco omissos. Nossa terra depende de cada um de nós. Precisamos ser na individualidade, o que esperamos que o coletivo represente. Procuremos estudar, nos instruir, uma vez que só o conhecimento é capaz de transformar uma sociedade.  Um povo instruído, esclarecido, sabe se portar melhor diante dos embates da vida, sendo a única forma de transformar algo deficiente em algo positivo, e isso vale para qualquer um.

Pare de reclamar e faça a sua parte.

Em tempo.
Esquecemos de mencionar as novas sinaleiras, tão pedidas, alvo de intensas reclamações. Agora que instaladas, reclamam do posicionamento. Aí não dá!

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