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Cultura popular: as simpatias da Sexta-feira Santa

Nossas avós ainda vivenciavam a cultura popular das simpatias, as benzeduras com brasas, com ramos abençoados nas igrejas e crenças do gênero. 

 

            Um comportamento cada vez mais raro na sociedade contemporânea, mas que, aqui e ali, ainda são cultivados por poucas pessoas que afirmam terem recebido a missão de continuarem a fazer o bem dessa forma, digamos, alternativa de tentar restabelecer a saúde das pessoas.

 

            Convenhamos desde que a medicina oficial não seja abandonada e os remédios e tratamentos recomendados pelos médicos continuem sendo obedecidos, as benzeduras, se bem não fizerem, mal tampouco o farão.

 

            Em Dom Pedrito, um desses casos típicos é personificado por Eroni Jorge de Souza, policial militar aposentado e atualmente ocupando uma cadeira na Câmara de Vereadores, mas que há muitos anos oferece ao povo, gratuitamente (“e sem aceitar presentes e nem, sequer, um ‘obrigado’”, deixa claro), toda Sexta-feira Santa, o que acredita ser um dom, herdado de sua mãe já falecida: a simpatia para curar a bronquite e a asma.

 

            Pelo sim, pelo não, cerca de uma centena de pessoas costumam aglomerar-se, três vezes ao dia, naquela data santa, no local onde o ritual é celebrado, levando seus filhos que padecem com aquelas doenças respiratórias.

 

            “Em primeiro lugar, vem Deus. Depois, a Medicina, também orientada por Deus, e em seguida as simpatias. Não desrespeito ninguém, tudo é uma questão de fé”, ele vai logo avisando.

 

            A simpatia em questão é realizada em três etapas (a pessoa tem que estar presente nas três), durante três horários da Sexta-feira Santa: das 7h30min às 9h, das 11h30min às 12h15min e das 17h às 18h (antes do por do sol), e acontece em um tambo na periferia da cidade, na Rua Antenor Madruga, diagonal com a Escola Herodiano Arrué, na Vila Arrué, conhecido como Tambo do Sr. Lauro.

 

            No local, Souza oferece uma pequena porção de leite de vaca, tirado na hora, enquanto faz uma oração. Seus telefones para contato são: 3243-9253 e 9908-3033.

 

            Por: Silvio Bermann

           Setor de jornalismo: [email protected]

 

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